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Corre o ano de 1671 e Isaaque Zarco, um rapaz de nove anos, leva uma existência tranquila na pacata aldeia de Castelo Rodrigo. No entanto, nem mesmo esse recanto perdido no Norte de Portugal escapa à sombra de uma força nefasta poderosíssima, que alastra, insidiosa, no peito de uma população até então pacífica. E, em pouco tempo, com o desaparecimento misterioso de uma família amiga e o assassinato de um vizinho, os pilares que haviam sustentado o mundo de Isaaque começam a ruir, pondo em risco a sua própria vida. A avó Flor, velha parteira e curandeira castelhana, revela-lhe então o que ninguém se atrevera a dizer: que ele e a sua família são afinal judeus secretos – e, por conseguinte, sujeitos a denúncias e aprisionamentos.
Retomando a família Zarco, num romance comovente e arrebatador, dividido em dois volumes, Richard Zimler explora os efeitos devastadores da intolerância religiosa na aldeia de Castelo Rodrigo e povoações adjacentes. Recorrendo a nomes reais, datas de prisão e outros detalhes sobre os aldeãos que foram levados pela Inquisição, apresenta ao leitor um trabalho de pesquisa exaustivo que faz desta obra um romance magistral e um testemunho inigualável.
Críticas de imprensa
Para além de uma narrativa bem arquitetada, que vai prendendo o leitor com episódios, uns mais laterais do que outros, que não são desvelados de imediato, impressiona a capacidade de Richard Zimler de retratar ambientes históricos, tornando-os vívidos através de descrições de sons e de cheiros.
José Riço Direitinho, Público
As almas desaparecidas deste livro não são apenas as vítimas do Santo Ofício em Castelo Rodrigo. São as invisibilidades que atravessam esta narrativa. Desaparecimentos de ontem que são tantas vezes escondidos hoje. O abandono familiar que não se partilha. A violência doméstica testemunhada que não se conta. A orientação sexual que se esconde. O abuso que se sofre sozinho. A deficiência que se enjeita. A religião que não se pratica abertamente. No século XIII e hoje.
João Costa, Ministro da Educação
Este livro marca um regresso à família Zarco, que projetou o autor na literatura e que nos posiciona nos dramas de sempre, porque inerentes à condição humana. […] Um livro que vira o leitor do avesso […] não imagino melhor elogio.
Sandra Sousa, RTP
O ambiente narrativo criado por Zimler é de tal forma mágico que por vezes se lê este romance histórico como se fosse uma saga de fantasia. […] Com recurso a nomes reais, datas de prisão e outros de¬talhes sobre os aldeãos levados pela Inquisição, Zimler apresenta um trabalho exaustivo de pesquisa que torna este romance uma obra magistral e um testemunho inigualável.
Paulo Serra, Cultura Sul
Este romance é um contributo para combater a intolerância religiosa… Passa-se no século XII mas, infelizmente, muitas destas questões voltaram a estar na ordem do dia.
Ana Daniela Soares, Todas as Palavras (RTP)
[O narrador] Isaaque é uma personagem fabulosa. E o Samuel e a avó Flor… são duas personagens pelas quais acho inevitável todos os leitores se apaixonarem.
José Mário Silva