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Quando uma editora lhe solicitou que escrevesse um prefácio ao romance do falecido marido, Edna decide escrever um livro autónomo «não apenas sobre Clarence mas também sobre a minha vida, porque ninguém pode aspirar a conhecer Clarence sem isso».
Ao mesmo tempo, a vizinha pede-lhe que tome conta do seu apartamento repleto de plantas e animais. As exigências dos seres vivos - uma ratazana, peixes, fetos - competem pela atenção de Edna com recordações há muito reprimidas. Dia após dia, páginas de pensamentos aparentemente aleatórios brotam da sua máquina de escrever. A pouco e pouco, toma forma no mosaico de recordações a história de um casamento notável e de uma mente levada ao limite.
Serão as recordações de Edna uma homenagem ao marido ou um acto de vingança? Terá sido a vítima culta e hipersensível de um marido bruto e ambicioso, ou terá ele tido que cuidar de uma mulher neurótica e louca? Cabe ao leitor decidir.
Em As Recordações de Edna, Sam Savage criou, mais uma vez, uma personagem marcada pela contradição - ao mesmo tempo atraente e exasperante, cómico e trágico.