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Zarah Ghahramani cresceu num agradável subúrbio de Teerão. Educada no seio de uma família liberal, desde sempre lhe foi incutida a noção de que a educação era tão importante para os rapazes como para as raparigas e, tal como as jovens adolescentes de todo o mundo - mesmo sendo obrigada a cumprir as regras severas do regime de Khomeini, como vestir-se com cores discretas e cobrir o cabelo -, tinha ambições e projectos.
Foi com um entusiasmo juvenil e motivada por uma paixoneta que Zarah se juntou ao movimento estudantil: como toda a gente, sentia uma enorme adoração e respeito por Arash, o estudante activista que liderava os protestos. No entanto, o seu envolvimento teve graves consequências e foi apanhada um dia no meio da rua, atirada para dentro de um carro e levada para a prisão mais famosa de Teerão: Evin. O seu lar passou a ser uma cela exígua e sem janelas, mas era o único refúgio contra os seus dois interrogadores: um deles desprezível e rude, o outro mais brando, aparentemente mais civilizado, mas igualmente implacável. Dia após dia foi humilhada, espancada e até os longos cabelos lhe foram rapados. Sem qualquer espécie de ânimo ou coragem, a única coisa que queria era morrer.