Este livro está na lista de favoritos de 2 utilizadores.
256 págs.
Wenceslau concentra-se no Japão. Os seus contos, as suas descrições do drama e da comédia dos acontecimentos e costumes, as suas finas aguarelas da doce paisagem nipónica, são os mais delicados, e as suas sondagens da alma japonesa são as mais sagazes e profundas atingidas por um estrangeiro.
Os mais íntimos, dramáticos, amores de Moraes foram japoneses; por isso não surpreende que ele escreva como nenhum outro estrangeiro sobre o fascínio da mulher japonesa. Mas também o Japão deu muito a Wenceslau: deu-lhe encantos e prazeres que suavizaram o seu isolamento e iluminaram a sua tristeza, deu-lhe as alegrias e os dramas do amor, os gozos da arte que ele adorava contemplar, inspirou-lhe a meditação solitária sobre os homens, a vida e a morte, em que atingiu profundidades raras na nossa língua.
Wenceslau quis ter um funeral budista e ser incinerado e que as suas cinzas ficassem num pequeno túmulo, no pequeno cemitério de Chionji, ao lado das cinzas da sua amada Ko-Haru. É o único português a quem se rezam sutras e que recebe no aniversário da sua morte um serviço budista.