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Francisco Frade trabalha como assistente social em bairros difíceis, na periferia do Porto, geografia incerta, que o Estado Providência tenta mitigar. Rodeado de pessoas com quem trabalha e de mulheres com quem fugazmente se relaciona, vemos abrir-se aquilo que o próprio designa buraco da realidade que, pouco a pouco, o vai consumindo. Enquanto o seu alter ego Arquibaldo – super-herói da infância – se mantém à espreita, os fantasmas que o perseguem não lhe dão descanso. Acossado, faz uma peregrinação interior que o levará às suas raízes, em busca das respostas que lhe faltam.
Capaz de encontrar o geral no particular, Carlos Tê divaga por uma sociedade apressada, sem memória, num livro que é um poderoso testemunho sobre a necessidade de lembrar, sobre as razões de viver, amar e ter compaixão.