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O crente é o espelho do crente, diz o jihadista. com estas palavras, lança um desafio ao Ocidente: tu, que nunca me levas a sério, contempla a minha fé e vê no que crês.
Olhemos, portanto. Peguemos no espelho. Observemos a imagem que nos devolve, a nós que temos relutância em dizer nós. Mas o jihadista obriga-nos a fazê-lo. Nós amamos a morte como vós amais a vida, insiste ele. E ao dizer vós exibe um nós.
Simultaneamente, mostra a arrogância que nos desarma: estamos convencidos de ser o centro do mundo, o único futuro possível, a única cultura desejável.
Ora, o jihadismo semeia a dúvida. O seu poder de sedução revela a fragilidade do nosso universalismo. e somos por isso obrigados a ver de modo diferente as relações de força passadas (colonialismos) e presentes (do caso Rushdie ao Charlie). Somos obrigados, sobretudo, a ver com novos olhos as liberdades (democráticas, sociais, sexuais…) que distinguem a Europa como civilização.
Ao espelho do jihadismo, essa crença conquistadora, descobrimos aquilo em que a nossa se tornou: a religião dos fracos.