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No fim da Antiguidade Clássica e durante a Idade Média a Lógica era estudada com respeito e como propedêutica indispensável às formas superiores do conhecimento. Mas nos períodos do Renascimento e do Iluminismo a Lógica foi prejudicada pela sua associação com sistemas filosóficos que acabaram por ser desprezados e, entre os pensadores famosos do tempo, Leibniz foi talvez o único a proclamar a relevância da Lógica para a ciência. Quando em 1817 o matemático francês Gergonne publicou um ensaio sobre a teoria do silogismo achou apropriado dizer, na introdução, que a lógica tradicional tinha caído em descrédito durante o século anterior 'embora ainda seja ensinada em algumas academias Góticas' e que, depois das convulsões da Revolução e da guerra, o apoio que tinha dos educadores era devido a uma reacção política que exigia um 'regresso aos estudos antigos'. É estranho, portanto, ver que, pouco mais do que cem anos depois deste ensaio ter sido escrito, uma Lógica ainda reconhecivelmente relacionada com os Analíticos de Aristóteles se tenha tornado não só o principal centro de interesse de filósofos e matemáticos mas uma exigência necessária para o progresso tecnológico. Este grande desenvolvimento foi devido essencialmente à obra de Boole, Frege, Russell e Gödel. Naturalmente, pois, fornece a maior parte do tópico para alguém que queira escrever a história da Lógica da nossa geração. Mas desde a obra pioneira de Lukasiewicz, entre as duas guerras mundiais, a Lógica moderna contribuiu para inspirar uma reavaliação de todo o pensamento lógico anterior. E nós gostaríamos que fosse verdade que isto, por sua vez, tenha produzido uma situação em que os lógicos modernos possam felizmente, combinar um modernismo entusiástico com um respeito judicioso pelo passado.
Detalhes do livro:
Editora: Fundação Calouste Gulbenkian; Trd. M.S. Lourenço: 770 pgs.