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"Quando o comboio estacou a sua couraça de tartaruga, os freios retezados, como cordoveias, o rodado limalhando reflexos baços de aço poído, quási fumegando da jornada vertiginosa,— léguas por ai fóra, numa sarabanda doida! — Derouet descerrou as pálpebras, como bocêta de setim que se descozesse, estirou os braços em fléchas, para o alto, sacudiu-se todo, brusco, atontado, um esguicho de frialdade a lanhar-lhe de arripiagem o lombo.
Chegou à portinhola, a farejar novidades, como podengo livre, os olhos enfebrecidos pelo ritual daquela iniciação, no enleio vago dum nostálgico amoroso. Anoitecia. Despetalava-se a grande flôr triste da tarde. Chuviscava, – uma aguada leve, esmigalhada como borôa para pardais, coada através de ralos, que penetrava até aos ossos, num esfarelamento macio de peneira lesta".
Detalhes do livro:
Editora: Tip. Sequeira, 1927; med.: 12,1 x 19 cm; 113 pg.