O Diabo e o Bom Deus

Quais os caminhos que conduzem, realmente, ao Absoluto e à Paz interior? Onde é que o Bem começa e o Mal acaba? O que é que vale a pena? O que é inútil? Há alguma medida para julgar o que é positivo e o que é negativo? Jean-Paul Sartre, o grande escritor e filósofo francês da geração de Albert Camus, Simone de Beauvoir e Bons Vian, mundialmente famoso e mundialmente discutido, que jamais enjeitou um autêntico espírito revolucionário, ainda hoje muito aceso e muito contestatário, medita, em «O Diabo e o Bom Deus», por forma exemplar, o destino dos homens do seu tempo, que procuram, ansiosamente, novos horizontes para o mundo em que vivemos. Jean-Paul Sartre, enquanto filósofo, é atacado por muitos, que pensam que o seu conceito de liberdade desemboca no Nada e que lhe censuram um engajamento político que parece anular esse mesmo conceito de liberdade. Porém, a verdade é que a sua atitude filosófica seduz muitos outros. No entanto, todos concordam em reconhecer-lhe qualidades excepcionais de romancista, novelista e dramaturgo. O estilo, o fôlego, a acuidade do olhar e o idealismo que acaba por vencer o desespero, eis o que apaixona a maioria esmagadora dos seus leitores. Afirma Jean-Paul Sartre: «O escritor encontra-se situado na sua época. Cada uma das suas palavras tem reflexos. E cada um dos seus silêncios, também.» Assim, o grande romancista, o exemplar dramaturgo, o apaixonante filósofo, que é Sartre, ao longo dos últimos trinta anos não cessa de intervir na sua época, apoiando, desassombrada e corajosamente, todos os verdadeiros movimentos de libertação, que apontam à dignificação da Pessoa Humana. E só esses, recusando quaisquer formas de totalitarismo alienantes. Em 1964 não hesitou em recusar o Prémio Nobel da Literatura, que lhe fora atribuído, por entender que não podia associar o seu nome ao do inventor da dinamite.

Detalhes do livro: 

Editora: Círculo de Leitores, 1974; Colecção: Pequeno Tesouro; Tradução: Maria Jacintha revista por Serafim Ferreira; med.: 12 x 18 cm; 306 pgs.