Sigmund Freud

Três ideias presidem à organização deste livro: 

Primeira: A impossibilidade de separar a vida de Freud da sua obra. A invenção da psicanálise, a sua consolidação e o seu renovo resultam da experiência e da curiosidade; experiência conduzida por Freud perscrutando, interrogando a vida, trazendo à luz do dia factos inacreditáveis e dando-lhe um sentido; curiosidade de Freud que nunca se satisfez com explicações incompletas, esforçando-se por ligar os fenómenos e chegar a uma psicologia total da pessoa humana. 

Segunda: O facto tão evidente de Freud, melhor que ninguém, ter descrito a psicanálise, à medida que a desenvolvia com um perfeito domínio e um talento literário que se revelam não só na arte de encadear e apresentar ideias como na beleza da expressão. Freud dizia, muito bem, exactamente o que pretendia dizer, o que dispensa sempre toda e qualquer explicação. Na parte de «Textos» deste livro encontra-se a indispensável apresentação teórica da psicanálise devida à pena de Freud. O leitor poderá recorrer a esses textos à medida que tiver necessidade de definições. 

Terceira: O desejo de insistir sobre a excepcional envergadura do criador da psicanálise, manifestada através da sua vida. Freud vive, em plenitude, dois séculos, entre dois mundos que uma aceleração da técnica separou profundamente. É necessário ter sempre bem presente a circunstância de que Freud, nosso contemporâneo, responsável por uma revolução da maneira de ser e de pensar que é actualmente a nossa, nasceu há mais de um século.

Detalhes do livro:

Editora: Círculo de Leitores, 1974; Colecção: CL Personalidades; med.: 12,8 x 20,5 cm; 207 pg. (capa dura)