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Há década e meia, banqueiros, empresários e políticos envolvem-se numa «grande farra» de dívida. Crédito a rodos: a mais básica e antiga atividade dos bancos torna-se a mãe de todos os males da banca portuguesa. Com esse crédito fabricaram-se banqueiros, empresários de sucesso, milionários e poderosos, e até políticos. Quando chegou a conta, os cofres estavam vazios, o capital nunca tinha existido, e os «bons negócios» (feitos por «bons rapazes») tinham produzido pouco mais do que falências em cadeia, dívidas acumuladas e a tentação de aprisionar o país nas malhas de uma nova oligarquia da finança e da política. Em sete anos morreram quatro bancos em Portugal, um deles nas mãos de uma família centenária de banqueiros.
O país aproximou-se da bancarrota. E, afinal, para onde foram todos aqueles milhões que financiaram dívidas, partidos, vaidades e falências? É a esta questão - a questão de vários milhares de milhões de euros - que o livro de Helena Garrido, resultado de várias conversas com banqueiros e economistas, responde, abrindo as portas de reuniões secretas, revelando operações financeiras no fio da navalha e mostrando aquilo que os poderosos apanhados na rede não querem admitir: eles sabiam que o edifício estava a ruir, mas, mesmo assim, insistiram em fazer desaparecer o nosso dinheiro. Desde as privatizações até aos nossos dias, ganância, ambição, poder e incompetência orquestraram negócios ruinosos com os depósitos dos clientes. Este é o livro que explica todo o processo de destruição da banca portuguesa - que, aliás, ainda está em curso.