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No Dia 0, ou O Pior Dia, Diana recebe uma chamada devastadora: Eugénia, a sua amiga, a sua irmã, foi assassinada. Quatro amigas vivem numa comuna e possuem qualidades especiais: Diana e as suas visões, proféticas ou sintomáticas, em relâmpagos de linguagem; Saratoga, que consegue extrair música do mundo com o mais leve toque; Yunuen e a sua busca constante por dar forma e coerência a uma realidade em permanente dissolução; e Eugenia, que terminou a sua viagem em Teotihuacán, onde trabalhava numa escavação arqueológica enquanto se envolvia numa luta comunitária. A história destas amigas na comuna, e habitado de forma itinerante pelos seus círculos alargados, chega-nos como o eco de uma explosão através da investigação de arquivistas do futuro.
O romance aborda temas intensos, como o feminicídio, a dor visceral da perda e a resistência encontrada no caminho lento e árduo de procurar justiça através das instituições. Feral é também uma ode à amizade, à comunidade e à criação coletiva de espaços, em contraste com o mundo hiper-individualizado de hoje.
Feral é uma viagem pelos túneis do tempo a partir dos quais se constrói o saber que explica as ruínas do nosso presente. Um saber que é preciso reconstruir e recontar porque, como dizem as arquivistas, «algum dia este arquivo será jardim».
Vencedor do Prémio Bellas Artes de Narrativa Colima 2023.