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Cerca de 1400, nascia na cidade de Mainz um homem cuja invenção, então considerada herética, lançaria uma revolução nas comunicações e mudaria a palavra escrita para sempre. Morreria sessenta anos mais tarde - espoliado do seu negócio, das suas máquinas de impressão e, pensava ele, da sua imortalidade; mas enganava-se: Johann Gensfleisch, conhecido por Gutenberg, foi talvez o homem mais influente do último milénio.
Nas entrelinhas da História, Blake Morrison urdiu um notável romance à volta dos factos conhecidos da vida e obra do mestre impressor, homem sedutor e visionário, que é puro encantamento para o leitor. Nele, Gutenberg justifica-se e confessa-se - ditando, ironicamente, as suas memórias a um jovem copista, profissão que a sua invenção de caracteres móveis tornava supérflua -, oferecendo uma nova visão da Idade Média, mais estranha e expressiva. A par dos relatos sobre a peste, as corporações de ofícios, as guerras religiosas, o amor cortês, a política sexual, a invenção científica e o aparecimento do capitalismo num momento de transição cultural, descobrimos os dramas de um homem obsessivo e exasperado que sacrificou tudo - dinheiro, honra, amizade e o amor de uma mulher - ao maior invento dos últimos mil anos.