Sê o primeiro a adicionar este livro aos favoritos!
Giangiacomo Feltrinelli, (Milão, 19 de junho de 1926 - Segrate, 14 de março de 1972), foi um editor e ativista político italiano. Fundador da renomada editora italiana Feltrinelli, foi também o criador, em 1970, dos GAP (Gruppi d'Azione Partigiana), uma das primeiras organizações armadas de esquerda dos chamados anos de chumbo. Filho de uma das mais ricas família italianas[1] seu pai, Carlo Feltrinelli, industrial e financista, era presidente de várias empresas. A mãe era filha de um banqueiro. O menino estudava com preceptores, em casa. Em 1944, Giangiacomo decide inscrever-se no Comitê de Libertação Nacional, e começa a participar ativamente da luta antifascista. No mesmo ano, lê, por acaso, o Manifesto Comunista. Em 1945, Feltrinelli aderiu ao Partido Comunista, o qual apoiou inclusive financeiramente. No fim de 1954 fundou a Giangiacomo Feltrinelli Editore. O primeiro livro lançado pela editora foi a autobiografia do então primeiro-ministro indiano Nehru. Em 1957, publica Doutor Jivago, que Boris Pasternak havia concluído em 1955, e Il gattopardo, de Giuseppe Tomasi di Lampedusa. Em Itália, o Partido Comunista, apoiado pelo governo da União Soviética, conduz uma forte campanha difamatória contra o livro. O PCI decide expulsar Feltrinelli. Em 1964 visita Cuba e conhece Fidel Castro, com quem manterá uma longa amizade. Em 1967 Feltrinelli chega à Bolívia e encontra Régis Debray, que à época ali vivia na clandestinidade. O editor é preso após a intervenção dos serviços secretos americanos, durante as operações de combate à guerrilha que levaram à captura de Che Guevara. Fidel Castro confia-lhe a obra de Che Guevara, Diário na Bolivia, que será um dos best-sellers da editora. Em 12 de dezembro de 1969, quando se encontrava em um refúgio de montanha, ouviu pelo rádio a notícia do atentado da Piazza Fontana e decide retornar a Milão. Em carta enviada ao staff da editora e numa entrevista concedida à revista Compagni explicou sua decisão, adiantando que, por trás dos atentados (forma várias bombas, em diversos pontos da Itália), não estavam os anarquistas, como todos (inclusive o PCI) suspeitavam, mas o Estado e a estratégia da tensão. Em 1970 Feltrinelli fundou os GAP (Gruppi d'Azione Partigiana), organização paramilitar. Mesmo tendo divergências em relação ao Partido Comunista, Feltrinelli não se distanciou da URSS por considerar que, apesar de tudo a URSS era a única esperança para o sucesso da revolução no mundo. Giangiacomo Feltrinelli morreu em 1972, aos 45 anos. Há várias hipóteses sobre as circunstâncias da sua morte. O seu corpo foi destroçado por uma explosão. Segundo alguns, ele estaria a preparar um ato de sabotagem ao pé de uma torre de alta tensão em Segrate, perto de Milão. Outros acreditam que sua morte tenha sido obra da CIA e dos serviços secretos italianos. A tese de homicídio foi sustentada por um manifesto assinado por Camilla Cederna e outros. O texto começava com a afirmação "Giangiacomo Feltrinelli foi assassinado", o que, no entanto, foi desmentido pela investigação do ministério público. Em 1979, no processo contra os ex-membros dos Gap (que confluíram para as Brigadas Vermelhas), os acusados (entre os quais Renato Curcio e Augusto Viel) emitiram um comunicado no qual declaravam que: "'Osvaldo" não é uma vítima mas um revolucionário que caiu em combate" confirmando a tese de acidente durante a preparação do atentado. Feltrinelli (pseudónimo: "Osvaldo") tinha chegado a Segrate, com dois companheiros, C.F. e Gunter (pseudônimo), num furgão adaptado como motocasa com o qual se deslocava quando estava na Itália.