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Quando o cadete de cavalaria se aboletou em casa do doutor Negro tinha Albertina vinte anos. Denunciava ela visivelmente a procedência da raça paterna no esmaiado amarelecido do rosto, e no alvor esfumado dos olhos; enquanto, porém, ao feitio das feições, era o traslado de sua mãe, melhorado na negridão e espessurados cabelos. Filha única, encanto do doutor, e orgulho da mãe, recebera uma educação esmerada, e, naqueles tempos raríssima ainda entre meninas da primeira classe. Seu pai, mais instruído em belas letras do que o comum dos jurisperitos, fora o educador de Albertina em leitura, escrita, língua francesa, história e geografia. António da Silveira, convidado a conviver com os seus patrões, agradou ao doutor, que secretamente adorava Bonaparte, como pegão de vento arrasador do velho edifício social, e evangelizador armado das doutrinas da igualdade. O doutor, no mais escondido de sua consciência, queria sobretudo, a igualdade das cores, e esperava que a civilização lograsse igualar os acidentes, logo que efetivamente se decretasse a igualdade da substância.
Livro com 1225 pgs, capa dura, em excelente estado.
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(Luis Santos / LuisXXI)