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A viagem do autor à América, em 1867, no maior navio de ferro alguma vez construído, levou diretamente à criação de Uma cidade flutuante. Júlio Verne pinta um retrato realista do lugar-comum, dos acontecimentos quotidianos que ocorreram durante as viagens oceânicas daqueles tempos, acrescentando ao mesmo tempo algum romantismo ao ambiente do navio. Embarcamos no Great Eastern, numa viagem de Liverpool a Nova Iorque. Esta longa viagem marítima, num navio tão grande quanto uma cidade, os locais e as paisagens que se desenrolam à frente dos passageiros, e as impressões duradouras de Nova Iorque e das Cataratas do Niágara compõem o cenário do romance. Contudo, esta é também uma história de amor e coragem: uma mulher desesperada, que viaja com o seu marido abusivo, descobre que o homem que ela realmente ama realiza a mesma viagem. A bordo do navio encontramos um concentrado da sociedade da época, e vivemos todas as intrigas possíveis nos seus bastidores, por vezes um pouco perturbadores. Mais do que um simples hino ao progresso, este romance é uma fotografia da sociedade do fim do século XIX.
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(Luis Santos / LuisXXI)