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Não é um romance, não é poesia, nem uma novela convencional. É uma obra, em prosa, que se divide em seis partes (O Gato, A Metamorfose, A Janela, O Caos, O Paraíso, A Casa) e que segue um protagonista amórfico.
O pensamento deste homem não tem origem e não busca nada. Segue um absurdismo obscuro sem uma linha temporal que lhe valha. E a sua voz difunde-se na obra, separando o autor e o texto. A brecha que sobeja desta cisão é precisamente “A Morte é uma Palavra”.
Sem principiar ou acabar, a elipse em que se vai inscrevendo dá eco a um caos em que o próprio protagonista se perde, entre o que é real, e o que não é real.
O título tem origem num texto de Alejandra Pizarnik:
“A morte é uma palavra.
A palavra é uma coisa, a morte é uma coisa, é um corpo poético que respira no lugar do meu nascimento.
Nunca deste modo conseguirás circundá-lo. Fala, mas sobre o cenário de cinzas; fala, mas do fundo do rio onde a morte está a cantar.”
A partir daqui nada salva a obra, nada que não seja o leitor.