Monsignore

"Imagine o leitor – diz Jack-Alain Léger – um homem belo como um deus que tenha nascido nos bas-fonds de Brooklyn, filho de um bêbado irlandês e de uma criada italiana. Imagine, depois, que ele entrou muito novo para a escola da delinquência mas que conseguiu evitar a prisão graças à sua extraordinária inteligência e aos bons ofícios do cura da sua paróquia. Imagine, por fim, que ele entrou num seminário e saiu de lá padre. Dirá o leitor que nada disto é extraordinário porque a Igreja sabe reconhecer os milagres da fé e gosta de acolher os pecadores arrependidos. As coisas começam, porém, a assumir aspectos menos ortodoxos quando este prelado fora do comum chega a cardeal e leva uma vida dupla: com o Vaticano e com uma rainha de beleza, tudo isto a par de uma amizade fraternal com um chefe da Mafia, que ele utiliza para gerir as suas finanças e as da Santa-Sé! Misturar a violência, a pornografia e o gangsterismo político é quase natural… Mas acrescentar a Igreja a tais ingredientes já custa a admitir, pois uma história assim só uma imaginação louca a pode ter inventado. E, no entanto, ela é verdadeira!"