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A separação crescente entre trabalho manual e intelectual, funções de execução e de concepção ou controlo, a especialização de cada uma destas funções, conduziram o conhecimento tecnológico e, em geral, todo o conhecimento científico a dispor dum estatuto socialmente isolado, misterioso para a maioria dos trabalhadores. Uma acção de educação permanente inserida em motivações socialmente vivas deve, pois, debruçar-se sobre a realidade tecnológica, arrancan-do-a à figura imutável e mítica de que correntemente se reveste.
Face à cultura e ao ensino, a relação pro-fessor/aluno, em especial em actividades de alfabetização e educação permanente, só ganha um conteúdo de colaboração e camaradagem quando os conhecimentos vividos pelo trabalhador/aluno são valorizados como objecto de cultura. A reflexão sobre as técnicas de trabalho, e em particular as que fazem parte do património cultural do trabalhador manual, é decisiva neste processo em que o animador assumirá frequentemente o papel de «aluno» e em que uma troca viva de experiências será possível.