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Há mulheres que adoram mascar coisas secas a qualquer hora do dia. Ou da noite. Pevides, grainhas de uva, amendoins, sementes de melão ou melancia. Esses pequeninos amargos da boca. Seja o que for que seja seco. Existe um certo erotismo nesse roer manso e paciente. Sentadas num soalho coberto por mantas de artesanato, podem pensar em algo de oriental e meditativo. Mastigam pedacinhos de vida interior. Salivam minúsculos grãos de calma. Transformam com os dentes o ácido da vida e deixam-no ficar na língua, numa espera árabe.