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O nome de William Burroughs serve de sinal da revo-lução sofrida pelas artes contemporâneas, nomeada-mente na época em que a cultura modernista explode e em que dominam as tecnologias electrónicas e os meios de comunicação de massas. Os anos 50 americanos foram pioneiros na resposta artística a esta nova situação, como é o caso de Jackson Pollock na pintura e, acima de tudo, de Burroughs na literatura. Com uma evidente ligação às vanguardas históricas, Burroughs inicia um caminho original que perpassa pelas suas temáticas: o mundo alucinante da droga (d)escrito em O Festim Nu, ou o da crise da normalidade por uma homossexualidade que se afirma estética e politica-mente (casos de A Máquina Mole e de Os Rapazes Selvagens). Todavia, mais do que as temáticas, o que impressiona em Burroughs é a radicalidade dos seus métodos: a hipervelocidade da escrita, a sua fragmenta-ção absoluta, a técnica da composição (o famoso cut-up). Mas também é extremamente original a sua «teoria» da linguagem, que ele descreve como inumana, como o outro do corpo humano. As palavras seriam vírus, microrganismos, «poeiras vivas», destruindo todo o sentido pela sua imensa proliferação. A Revolução Electrónica articula todas estas questões num texto curto mas fascinante.