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Vencedora de um dos mais prestigiantes prémios literários - Prémio Minotauro (Prémio Internacional de Ficção Científica e Literatura Fantástica) - esta obra é exemplo máximo de qualidade de escrita, pela forma exímia com que o autor, León Arsenal, cria cenários que, aos olhos do leitor, parecem incrivelmente reais. As próprias descrições das personagens, dos territórios e das guerras são o reflexo disso mesmo. Máscaras de Matarz é uma história de aventura e fantasia, ou tão-somente de "espadas y brujería", como o próprio autor a classifica e decorre num mundo imaginário, entre as terras de Os Seis Dedos. Ali coabitam diversos povos, culturas e tradições formando uma sociedade que é, ao mesmo tempo, fascinante e cruel, na qual as máscaras desempenham um papel crucial pois "permitem a um mesmo indivíduo assumir papéis diferentes e, em certos casos (…) isso liberta-o de certas obrigações".
Os habitantes de Os Seis Dedos são ávidos amantes das suas tradições e nada lhes dá mais satisfação que desfrutar dos prazeres do vinho, do tabaco e da comida, enquanto conversam com os seus camaradas. Porém, este é um mundo de fronteiras e contrastes; um lugar instável onde a qualquer momento e à mínima ofensa, os ânimos se exaltam e o sangue é derramado. É por isso, uma região fortemente hostilizada por batalhas violentas e sanguinárias. E é neste contexto dantesco que os três protagonistas, Corocota, Palo Vento e Cosal, iniciam uma longa e perigosa demanda em busca da bruxa Tuga Tursa, que fora responsável pelo incêndio do santuário de Arbar e pelo assassinato dos seus habitantes. Por sua vez, cresce um sentimento de insegurança e medo pois surgem rumores de que um enorme exército se desloca para os territórios que constituem Os Seis Dedos, sob o comando de Cufa Sabut, uma máscara perversa há muito esquecida e que reaparece para espalhar o caos e o horror num mundo já por si violento. Máscaras de Matar é sobretudo uma história de fronteiras; de terras de ninguém e de todos, onde a morte é uma presença constante, mas é também e seguramente uma história sobre amizade; não aquela que se rege por meras relações cordiais, mas a que se apoia em relações de cumplicidade e de entreajuda.