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O património é hoje uma palavra na boca de todos. Foi criado por nações e instituições, estudado por intelectuais e cientistas, criticado pela sua capacidade de gerar conflitos em relação à identidade e à memória. Tem sido mercantilizado globalmente com base em critérios semelhantes, da Tailândia à Bolívia. Mas essas investigações partiram principalmente do pressuposto de que o património é algo dado, bom e valioso em si mesmo e que sempre existiu. Por isso, o conceito de património não tem sido questionado como categoria, ou seja, como forma de relação própria das sociedades fetichistas e, portanto, historicamente determinada e com raízes histórico-culturais intrinsecamente ligadas ao surgimento e expansão do capitalismo e à epistemologia do iluminismo, moderna e ocidental.
Este livro propõe uma crítica à categoria «património» a partir de uma etnografia da região de Maragatería, Espanha. A etnografia analisa empiricamente as transformações e processos que levam, ou não, o património a existir entre os maragatos.