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Sabia que, por exemplo, a Sony perdeu a batalha do vídeo por não prestar atenção às exigências do mercado?... Ao longo da história tornou-se evidente que os triunfos empresariais não são parte inamovível do destino. Em algumas ocasiões são fruto da vontade e de planos muito meditados; noutras, resultam de algo tão prosaico e mundano como a sorte. É surpreendente, mas, na maioria dos casos, os grandes êxitos têm sido fruto de simples casualidades ou até de erros aparentes.
EXCERTOS
Introdução
Pode imaginar-se a cara que deve ter feito o presidente da Western Union, William Orton, ao comprovar o êxito de um invento de Alexander Graham Bell que ele havia recusado. O telefone, que naquela época era a simples transmissão da voz por um fio, foi encarado com um «brinquedo electrónico» pelo principal executivo da empresa que detinha o monopólio do telégrafo nos Estados Unidos. O sogro de Bell, Gardiner Hubbard, oferecera à Western Union, em 1876, a patente do novo aparelho de comunicação em troca de cem mil dólares, o equivalente a pouco mais de 1,7 milhões de dólares na actualidade, mas a companhia decidiu recusar a oferta.
É fácil troçar dessa atitude quando decorreram mais de cem anos e o êxito desse então incipiente meio de comunicação é um dado adquirido. Como foi possível não terem percebido? Como não souberam ver o potencial daquele invento? Agora é difícil compreender por que razão não foram capazes de ver as possibilidades que oferecia o novo «brinquedo electrónico». O princípio do qual devemos partir é que, naqueles tempos, não passava de um aparelho raro. Nem o próprio Bell tinha consciência do potencial do seu invento. O mesmo aconteceu seguramente quando se propagaram as primeiras notícias sobre os ensaios e experiências com a telefonia sem fios, a transmissão de voz através da Internet ou a compressão de arquivos de som (MP3). Claro que houve quem acreditasse desde o início no potencial destes avanços tecnológicos, enquanto outros, pelo contrário, zelosos na protecção do já conseguido, rechaçaram-nos logo à partida. De certeza que alguns ficaram com a mesma cara dos directores da Western Union quando perceberam o êxito daquilo que tinham recusado. A História demonstra que as inovações autênticas provêm, em geral, de novas companhias, que não carregam o fardo de manter e melhorar produtos que já triunfaram no mercado.
O mundo dos negócios e das empresas é assim. Umas vezes ganha-se, outras perde-se. Nem a empresa aparentemente mais sólida tem garantido o êxito eterno. A História está cheia de exemplos disso. Muitas marcas que pareciam imbatíveis acabaram inclusivamente por desaparecer e já não fazem parte da nossa paisagem quotidiana: por vezes, são vítimas da concorrência; outras, são-no pela incapacidade de se reinventarem ou adaptarem às novidades do mercado.
Ao longo do tempo tornou-se evidente que os triunfos empresariais não são parte inamovível do destino. Em algumas ocasiões são fruto da vontade e de planos muito imediatos; noutras, resultam de algo tão prosaico e mundano como a sorte. É surpreendente, mas, na maioria dos casos, os grandes êxitos têm sido fruto de simples casualidades ou até de erros aparentes - como em qualquer outra faceta da actividade humana.
Neste livro tentámos recolher diversas histórias, agrupadas por capítulos, desde os primeiros passos ou da estratégia até às falhas e aos fracassos. Com tudo se aprende. Nem estão todos os casos, nem todos os que estão serão os melhores exemplos, mas, sem dúvida, os aqui reunidos são uma boa amostra. Foi esse o objectivo desde o princípio.