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Prémio Nobel da Literatura 1983
Booker Prize 1980
Uma idosa profetisa de Delfos, o mais sagrado oráculo da Grécia antiga, passa em retrospectiva a sua estranha vida como Pítia, a Primeira-Dama e voz do deus Apolo. Arieka, uma jovem virgem de perturbantes dons parapsíquicos, foi confiada pelos pais ao serviço do santuário. Há sessenta anos que ela é o verdadeiro médium, com a boca rasgada de equívocas declarações proféticas da trípode de bronze do santuário colocado sob o templo. Durante toda a sua vida à mercê do deus, do sacerdote e do povo, assistiu ao declínio da sorte de Delfos e da sua influência no mundo.
As suas reflexões acerca dos mistérios dos oráculos, a que os seus estranhos dons deram corpo, aliam-se à sua visão feminina das fragilidades humanas do próprio Grande Sacerdote, um verdadeiro ateniense, cujas conspirações contra os romanos desencadeiam a humilhação e a desgraça.
Este extraordinário romance, que o autor deixou ainda em esboço quando do seu súbito falecimento em 1993, é uma obra extremamente conseguida do ponto de vista psicológico e histórico. Arieka, a Pítia, é um retrato convincente da experiência de uma mulher, coisa rara na obra de Golding, constituindo uma das suas melhores criações.