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«"Foi no plenário deliberativo de 17 de abril de 2016 da câmara baixa que Jair Bolsonaro, eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro desde 1991, ganhou particular visibilidade. Ao longo de uma sessão de grande carga emotiva tão intensa quanto caótica, cada deputado tinha 10 segundos para indicar o sentido do seu voto quanto ao procedimento contra a presidente Dilma Rousseff, oportunidade que os parlamentares aproveitaram para dedicatórias e proclamações tribunícias. [...] Bolsonaro incendiou ainda mais uma atmosfera já escaldante, ao falar em defesa de um dos mais notórios torcionários da ditadura: "[...] Contra o comunismo, pela nossa liberdade, [...]pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff [apupos] [...], por um Brasil acima de tudo e Deus acima de todos, o meu voto é 'sim'!" A proclamação terminou no meio do tumulto geral, com bandeiras pelo ar e tantos aplausos como vaias (estas mais prolongadas), e logo a seguir, ao declarar-se contra o impeachment [destituição] da presidente, um deputado também pelo Rio de Janeiro, Jean Wyllys, cuspiu para cima do ex-capitão (alegando que ele acabara de o insultar pela sua homossexualidade). Contudo, o objectivo fora alcançado: Bolsonaro atingira o seu momento de glória parlamentar. [...] Abria-se assim o caminho para o triunfal passeio eleitoral até ao Palácio do Planalto."»