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Porto Alegre, 1989. Depois de ter vivido a euforia e as promessas de abertura política no Brasil, Paulo sente-se desiludido com a militância política no Partido dos Trabalhadores. Desencantado com a vida, é incapaz de manter relacionamentos estáveis, e o seu trabalho no escritório de advogados oprime-o.
O acaso leva-o a cruzar-se com Maína, uma adolescente índia parada à beira da estrada, que imediatamente chama a sua atenção. De jornais e revistas apertados contra o peito, debaixo de uma forte chuva, Maína parece estar à espera de alguma coisa. Quando Paulo decide dar-lhe boleia, a vida de ambos ganha contornos inesperados, o vislumbre de uma saída alternativa.
Habitante Irreal acompanha a emancipação do Brasil face à ditadura, aborda o problema mal resolvido da herança indígena, mostra-nos a realidade de um imigrante ilegal que ocupa casas em Londres e revela que a possibilidade de um futuro promissor pode não ser suficiente para controlar a nossa vida.