O desenhador

Sinopse byCM

"

Primeira ficção da autora, desenrola-se entre duas cidades: o Porto e Heidelberg... E está o Porto para cidade de adopção há mais de vinte anos como Heidelberg a insinuar-se como cidade de acolhimento da tese preparada na Alemanha. Será?
Dúvidas e hesitações, contradições e ambiguidades são as linhas de construção que perspectivam o desenho dos encontros e desencontros das personagens, de si e dos outros...
A história constrói-se sobre o quotidiano de Malena, estudante de em Heidelberg e as cartas que lhe escreve do Porto, Gabriel, o desenhador...
Malena é apaixonada por Daniela que não é apaixonada por Malena que é a paixão de Gabriel e quer ser a de Igel sem deixar de ser a de Clara que... “O mundo dos afectos tem muitas sombras (...) as palavras, então, têm um requintado poder enganador. As palavras perdem validade depois de serem ditas, porque fixam o que é efémero e quase tudo o que é importante é efémero, não se fixa. As palavras são perigosas porque falam da vida e morrem”, lê-se.
Morre-se muito neste romance e não há mortos mas mortes, previsíveis e anunciadas, de algumas certezas poucas mas definitivas como as que se prendem com uma ideia de amor de que todos parecem ter esboço preciso e rigoroso: um espelho de si sobre um outro. E que não desista de ser paixão mas nem por isso se demita de ser camarada. E que saiba retirar-se sem que seja preciso mandá-lo embora ou materializar-se sem que seja preciso chamá-lo. Que seja tudo ou nada. Sobram amores onde falta o amor, um amor assim... Não tem que ser uma pessoa: “Sabes o que é importante na vida? Ter a felicidade de encontrar, pelo menos uma coisa importante, mesmo importante, e fazer tudo para não a estragar e continuar a viver com ela. Não tem que ser uma pessoa”."