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Na vasta produção literária de Nietzsche, o poema filosófico Assim Falou Zaratustra é geralmente considerado como obra fundamental para qualificar a complexa personalidade do apaixonado filósofo.
Os princípios de um credo nietzschiano encontram aqui, mais do que em qualquer outra obra, a sua expressão num estilo vigoroso que ora lembra a solenidade dos profetas bíblicos, ora recorda a contundência cáustica e a mordacidade dos enciclopistas.
Na figura de Zaratustra, Nietzsche procura delinear o novo tipo de homem a que aspirava. Zaratustra é, de facto, o indivíduo que, tendo passado através de todas as experiências, se encontra «para lá do bem e do mal» e está decidido a tornar-se senhor absoluto das suas próprias paixões, seguindo a moral criadora de um «eu» divinizado.
A terrível força vital que se desprende de cada uma das páginas escritas por Nietzsche, continua ainda hoje a influir nos caminhos do pensamento contemporâneo. Desde que em Assim Falava Zaratustra foi enunciada a teoria mística do «super-homem», grande parte do pensamento europeu não fez outra coisa que não fosse procurar afirmar na realidade a visão fantástica do filósofo alemão. Na verdade, se examinarmos o quadro evolutivo da poesia europeia (e mundial), é o super-homem que encontramos a latejar em cada verso, um super-homem nietzscheano na sua essência, mas que não consegue encontrar a musculatura e o sistema nervoso mais adaptados à sua função. É este terrível desencontro ocorrido na poesia que devemos alargar às outras formas de pensamento, para podermos desenhar o gráfico da influência exercida por Nietzsche.
Idioma:Português
Dimensões:115 x 175 x 18 mm
Encadernação:Capa mole
Páginas:323