Laboratório de Venenos

"Do «gabinete especial» à morte de Litvinenko: 80 anos de assassinatos políticos"

Em 1921, Lenine deu ordens para a criação de um «laboratório de venenos» destinado a «combater os inimigos do poder soviético». Estava tomada a decisão de recorrer a métodos terroristas para assegurar a vitória da revolução e também do reinado dos seus donos e senhores. Depois disso, inúmeras execuções inteiramente ilegais de inimigos do poder, no interior da URSS e no estrangeiro, foram apresentadas como mortes por «insuficiência cardíaca» ou como suicídios resultantes de depressões psíquicas. E foi assim que morreram pessoas nas mãos dos médicos que as deveriam ter tratado, enquanto outras eram vítimas de estranhos acidentes de viação ou de diversas e misteriosas ocorrências, ao longo de muitas décadas…
Mas será um erro pensar que semelhantes práticas desapareceram após a morte de Estaline. Na longa lista destas vítimas encontramos gente tão diferente como a viúva de Lenine, o general soviético Mickail Frounze, os generais do exército branco Miller e Kutepov, o escritor Boris Pilniak, o presidente checo Jan Masaryk, e mais recentemente o antigo presidente da edilidade de Moscovo Anatoli Sobtchak, o deputado e jornalista Iuri Chtchekotchikhine e o espião Alexander Litvinenko.

Depois de uma longa e minuciosa investigação, o escritor Arkadi Vaksberg traça aqui a história de uma interminável série de assassinatos políticos, desde os tempos de Lenine e Estaline até ao envenenamento do presidente ucraniano Victor Yushchenko, durante as eleições presidenciais na Ucrânia, nas quais enfrentou o candidato preferido de Moscovo.