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Margaret Mitchell regressava agora a Dublin, na Irlanda, a sua terra natal, com Mary, a sua filha adolescente, após uma prolongada ausência de vinte anos, em que esteve na Nova Zelândia a exercer psiquiatria numa instituição psiquiátrica para criminosos. O propósito do retorno deveu-se ao estado de enfermidade da mãe, de quem veio cuidar no seu leito de morte. Certa noite, estranhando a demora de Mary, que tinha saído com uns amigos, participa, ansiosa e preocupada pela ausência de mais de 24 horas, o seu desaparecimento à polícia local. Dois dias depois Margaret recebe um telefonema anónimo. Rapidamente compreende o que acabara de ouvir, enquanto um doloroso calafrio de terror e angústia percorrem o seu corpo. Uma semana após ter participado o desapareci-mento da filha, o horror revela-se em toda a sua macabra extensão. O seu corpo é encontrado por um homem que passeava com o seu cão perto do canal. Violentado, sadisticamente torturado e brutalmente espancado até à morte. O Inspector de polícia Michael McLoughlin, reputado de alcoolico e mulherengo, é destacado para tomar conta do caso. O fascínio que sente pela beleza e força de Margaret leva-o a um estado de obsessão em que a vigia constantemente, temendo um ataque do criminoso à mãe de Mary. O assassino é encontrado e preso, mas rapidamente o seu desejo de magoar e de matar ganham novo alvo: a mãe de Mary. O crime é confessado e Jimmy Fitzsimmons enfrenta agora uma acusação de homicídio voluntário sem qualquer atenuante. Chegado o primeiro dia do julgamento, Margaret observa o procedimento do tribunal, enquanto se apercebe de que o seu passado como psiquiatra numa instituição criminal será eternamente o espectro que serviu de motivo para que um assassino sádico destruisse a sua vida e a de Mary. Para Margaret, mortas a mãe e a filha, resta um vazio indizível. Como vai esta mulher recome-çar a viver? Como vai garantir que a tragédia não é o fim? Ou será apenas o início?... A autora desenrola a intriga com invulgar segurança e acutilância, fazendo deste romance um thriller psicológico extremamente original e de leitura compulsiva. O seu estilo distingue-se pela fluidez e pela subtileza, pelo penetrante poder de observação, pelas imagens de uma luminosidade quase pictórica e de uma rara qualidade poética. As personagens são captadas com tal profundidade que as torna palpáveis, reais, enquanto com mão firme a autora vai iluminando abismos de sofrimento, recessos sombrios do psiquismo humano, desespero e paixão. Um romance brilhante cujo desenlace, de uma frieza chocante, transcende as vulgares noções de justiça e moralidade na melhor tradição da literatura negra.