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Livro Esgotado
A figura e a obra de João dos Santos são incontornáveis quando se fala de pedagogia em Portugal. Eulália Barros conviveu e trabalhou com o Mestre (como se lhe refere) e esse trabalho deixou as suas marcas. Este livro, centrado à volta do pensamento e do trabalho de João dos Santos, o seu contributo para a pedagogia e psicologia , o conceito de "pedagogia terapêutica, e o trabalho modelar da Casa da Praia, é um instrumento fundamental para todos os professores e educadores. Muito bem informado e escrito com clareza, coloca os problemas fundamentais com que se debate a escola de hoje, faz-nos pensar, e ajudará, certamente, a ultrapassar muitos deles.
«Praticar uma pedagogia diferenciada e participada implica necessariamente alterações profundas na pessoa do professor, na sua cultura pessoal, na concepção que tem do seu papel, na procura da formação de que necessita para trabalhar desta forma, na relação que mantém com os programas curriculares. (...)
O programa é a marca de um horizonte final. É necessário desconstruí-lo, transformá-lo num conjunto de pequenos projectos pedagógicos, alterar a sequência pré-feita das aprendizagens, aproximando-as das capacidades reais das crianças, do seu ritmo e da sua natural motivação, abrir a porta ao prazer de aprender, ao sucesso do professor, ao sucesso da criança.»
Recortes de imprensa: «Parece-nos muito importante a leitura (deste livro) nos meios académicos que se confrontem com todas as disciplinas do terreno das ciências da educação. É imprescindível nas cadeiras teóricas da formação de professores. A desatenção à contemporaneidade com que alguma dessa formação nos confronta começa a ter consequências dramáticas no espírito e na pouca agilidade relacional de alguns professores. Por outras palavras, alguns dos nossos alunos portam-se cada vez pior porque a escola, nunca é de mais repeti-lo, está cada vez mais distante do que de facto lhes interessa e têm direito a aprender.
«(...) Eulália Barros leva-nos à conclusão do que seria possível tentar fazer nas escolas, independentemente dos "casos difíceis" que se possam encontrar pelo caminho. As mudanças são pequenas ondas que vão rebentando em diferentes momentos, com diferentes forças. Lentamente. Livros estimulantes são os que não deixam de nos surpreender.
Curiosíssima, entre muitas, as referência a Froebel - que viveu entre 1782 e 1852, note-se! -, a qual afirmou sobre a sua própria instrução que "não tinha sido satisfatória porque os temas que lhe tinham sido ensinados não tinham ligação entre si nem com a vida". Qualquer semelhança entre esta afirmação e o que ainda se passa na educação é mais do que pura coincidência. Para bom entendedor, ler este livro não basta mas ajudará muito. Porque nunca é tarde para recomeçar.» Ana Paula Costa, Expresso "Cartaz", 12.02.2000