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Sabemos hoje que o fascismo não é simplesmente o regime político da Itália de entre as duas Guerras. Todavia, a ciência política defronta-se ainda com um vago eclectismo de caracterizações: um dogma?, um tipo de ditadura?, uma ideologia? Mas é certo que em termos de doutrina o fascismo não transcendeu uma atitude política de certos homens face a problemas de carácter universal.
Se, na palavra dos seus mentores, o fascismo se reclama uma síntese de todos os movimentos antidemocráticos, uma visão da realidade estribada no primado da acção e, até, "uma religião da vontade o do heroísmo", a análise, mesmo superficial, dos seus laços históricos com os diversos momentos da História Europeia e o desenvolvimento capitalista internacional permite-nos a revelação da outra face: uma estratégia, e não um sistema global histórico-político de interpretação do mundo.
A organização do presente livro, na sua forma antológica, e da autoria de Mirella Bartolotti, laureada em Letras na Universidade de Bolonha e professora das escolas médias superiores do seu país. Estudiosa de História Contemporânea, tem-se ocupado principalmente da história da organização e das lutas do movimento camponês.
