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Na madrugada do dia 28 de abril de 1789, um grupo de marinheiros do navio britânico Bounty, que então se encontrava em pleno Oceano Pacífico a caminho da Europa, apoderou-se das armas a bordo e amotinou-se. O seu líder era Fletcher Christian, imediato do Bounty, que aprisionou o capitão William Bligh e tomou o comando do navio.
Parte da tripulação aderiu ao motim, e a restante permaneceu fiel ao capitão Bligh e foi largada num bote, com mantimentos para 5 dias. Todos sabiam que os regulamentos da marinha de guerra britânica eram severos com os casos de motim e que nunca poderiam regressar a Inglaterra. Os revoltosos acabaram por se separar em dois grupos; um primeiro permaneceu no Taiti e foi mais tarde aprisionado por um navio britânico, levado para Inglaterra e julgado; 3 homens vieram a ser condenados à morte, mas os restantes foram absolvidos ou perdoados.
Um segundo grupo, onde se incluia Christian, fugiu com um conjunto de homens e mulheres do Taiti para a ilha remota de Pitcairn, onde deixou descendência que perdura até aos nossos dias. Quanto a Bligh e aos homens que se mantiveram fiéis, prosseguiram uma penosa jornada para oeste, até alcançarem Kupang, que era então o centro da presença holandesa em Timor.
A 14 de março de 1790, Bligh estava de regresso a Londres e pôde relatar os eventos da sua odisseia às autoridades. O caso da revolta no Bounty foi tema de contos e romances e foi, mais tarde, adaptado ao cinema, tornando-se, assim, o motim mais famoso da História.