UMA DIVORCIADA.

UMA DIVORCIADA. (Romance). *** Sousa Costa [Da Academia das Sciencias de Lisboa] *** Lisboa: Livraria Editora Guimarães & C.ª, 1928. (19 x 12 cm.) com 290 pp. Capa flexível. Exemplar razoável.  Capa com marcas de manuseamento, algumas manchas, pequenos vincos e um pouco gasta nas margens, que apresentam alguns rasgões, e na lombada que, além de vincos de abertura, apresenta a falta de um pedaço de papel, mais ou menos a meio, que atinge a parte impressa. Na parte de dentro da capa da frente tem um ex-líbris. Globalmente, apesar de acusar o uso e algum envelhecimento, está ainda apresentável. Páginas bem conservadas e limpas, embora apresentem um tom amarelecido e algumas manchas de acidez (pouco frequentes, concentrando-se sobretudo nas primeiras, nas últimas e nos cortes). No canto superior direito da primeira página tem um número manuscrito. *** Primeira edição deste livro que o crítico da revista A Águia (4.ª série, n.º 3, Maio-Jun. 1928), Hernâni Cidade, considera «Estudo inteligente, bem conduzido – embora não se fique sabendo muito bem a quê. Personagens surpreendidas na realidade flagrante da vida moderna e variadas de tipo – a fidalguia um pouco acomodatícia, simpática, de João de Lucena, estabelecendo o elo que liga o hierático puritanismo do fidalgo transmontano Dr. Leonardo ao individualismo sentimental da burguesa rica Isabel Maria, a divorciada, à depravação moral de Baltazar, o marido abandonado. (...) Mas qual a tese do autor? Aquela divorciada, vítima dum meio familial hostil, torturada pela indiferença dos filhos a quem a sua dissipação de mundana não permitiu ganhar o amor, em doloroso conflito com a teimosia dum marido que procura prendê-la ao lar, não se sabe bem se para continuar, sob a salvaguarda dos preconceitos respectivos, a crápula hipócrita a que se habituara – aquela divorciada, dizia eu, atormentam-na, não o divórcio, mas as circunstâncias especialíssimas em que ele se realiza. Neste caso individual o divórcio teria sido um erro? Mas ficará provado que não haja outros em que ele se justifique? De modo algum. O romance de Sousa Costa deve, assim, ser tomado como um documento particular insuficiente para legitimar conclusões genéricas que aliás, não estão – basta reparar no título da obra – no espírito do autor. Tomar o divórcio em si mesmo, como sendo, independentemente das circunstâncias em que se efectua, a anteposição da felicidade do indivíduo aos interesses morais da família – eis a única maneira de argumentar contra ele.» *** Portes: envio gratuito em correio normal (tarifa especial para livros) * envio em correio registado: 1,70