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A sua matéria é "tudo o que faz parte de uma vida" e o próprio livro "uma cristalização do pequeno e do grande facto". São cenas do quotidiano, pequenos retratos de personagens do universo popular - as vendedeiras, as crianças pobres, os reformados - que desfilam diante dos nossos olhos o nos evocam, inevitavelmente, Cesário Verde. A estes episódios justapõem-se a auto-análise e as reflexões sobre a linguagem, sobre o que é pensar e escrever, reveladoras de uma consciência meta-literária, do desassossego que caracteriza a escrita de Irene Lisboa.