“1-Os Cavaleiros da Madrugada” “2-Rusty Brown e a Factura da Máfia” “3-Rusty Brown em Lisboa” “4-Rusty Brown e o Nariz de Toulouse Lautrec” “5-Rusty Brown e os Violadores de Túmulos”

1-A vida de um homem que queria viver em paz, mas a quem o passado iria forçar a usar de novo a arma.

2-O avião acabara felizmente de chegar e eu senti vontade de dar um beijo à hospedeira quando o Magalhães voltou atrás de novo.  - Ah! Já me esquecia, desculpe! Estendia-me um envelope fechado que só abri já na sala de embarque. Fiquei estarrecido de medo e sem saber se devia ir ou voltar. Era a maldita factura por pagar pela protecção do bando de mafiosos…

3-Gabo-me de ter uma cabeça dura à prova de marretadas! Acordei, por isso, do sonho no meio de ratos devoradores da Literatura do antigo convento e apalpei os ossos para ver se estava ainda tudo no lugar.  A velha gorda que coçava estupidamente um pé pensando talvez estar a coçar o bestunto, olhou-me indiferente e não estranhou o galo ensanguentado que eu tinha no alto da cabeça.  Não pensei sequer em perguntar-lhe se tinha visto quem me agredira porque não lhe arrancaria nada. Ela não tinha nada com isso, o segredo era a alma do negócio e não se interessava por querelas entre clientes que não lhe diziam respeito

4-O salão do Toulouse Lautrec Clube era uma enorme garrafa de absinto. Entrava-se pelo gargalo onde havia uma porta que se puxava para fora com um batente imitando um saca-rolhas. (...) No interior o ambiente era de um cabaré 1990 (...) Um pintor a um canto copiava um auto-retrato de Toulouse Lautrec enquanto outros vestidos como as personagens do mestre ensaiavam cenas dos quadros mais conhecidas. (...) Lá estavam o Aristide Bruant, a Torpille, a Grille d’Égout, a Nana La Sauterelle, a Georgette la Vaudrouille…

5-O Cão Raivoso e o Alfarroba meteram-se no carro e eu segui-os até um velho edifício junto do porto que me pareceu ser uma fábrica abandonada. Vi entrar vários homens com ar de conspiradores. Alguns traziam braçadeiras e bandeiras com a cruz suástica. Entrei passando pelos dois vigilantes junto da porta levantando um braço em saudação fascista e batendo com os calcanhares um no outro.