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Julian Stryjkowski romanceia nesta bela novela a relação entre Miguel Ângelo e Tommaso del Cavaliere, um nobre muito belo, e o seu terrível impacto na produção artística do Mestre nos seus últimos anos. Miguel Ângelo dedicou mais de 30 poesias, a maioria sonetos, a Tommaso a quem ofereceu vários desenhos com cenas alegóricas. A novela reflete de forma profunda e subtil sobre a terrível tensão entre o desejo do amor carnal proibido, porque homossexual, e o puro amor platónico presente na vida e obra de Miguel Ângelo. Essa tensão dilacerante surge bem patente na questão da nudez na arte. Miguel Ângelo que diz “Toda a vida acreditei que a nudez é beleza” mas de igualmente afirma “Toda a arte é pecado”. Tal discussão, muito característica da época, ilustra-se com o fresco encomendado pelo Papa Clemente IV para a capela Sistina “O Juízo Final” em que Miguel Ângelo pintou os corpos nus mas 20 anos mais tarde o Concílio de Trento ordenou que fossem cobertos. A adulteração ficou a cargo de Daniele da Volterra.