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Quirino de Jesus surge-nos na documentação que agora se publica como o ideólogo, o estratego, o homem com ideias precisas e por vezes ousadas sobre os alvos e os caminhos de reorganização nacional percorridos e a percorrer no plano económico e financeiro ou no plano imperial pelo Estado Novo nos seus alvores, defendendo uma actuação tendente à implementação de um modelo preciso de desenvolvimento económico. A leitura da prosa formalmente descuidada, febril, desse activista quase octogenário, permite ver quanto as suas ideias, objectivos, politicas, etc... inspiraram os programas e as leis do regime em domininos como os da nova politica colonial do Império ressuscitado ou da reconstituição economica. Mas não só. Ele aparece-nos também como conselheiro politico experiente: mais precisamente como o teorizador e obreiro esforçado de um nacionalismo português sistense de todos os nacionalismos difusos nas classes dominantes da época, e que era necessário congregar na União Nacional. Isto é, na plataforma viabilizadora de um regime autoritário que se pretendia prudentemente equilibrado, no plano politico, entre o liberalismo conservador e a direita radical e de que Salazar fosse o árbitro.