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Afonso Henriques nasce com uma perna enferma, imprestável, e é entregue aos Moniz, que o levam da corte para as terras dos de Ribadouro. Cresce sagaz e escorreito, por intervenção divina ou por engenho. Quando conhece a mãe tem 16 anos, porte sem defeito e poderoso; os traços são duros, algo rurais, mas temperados pelos olhos de um azul intenso e profundo. D. Teresa impressiona-se e confirma-o herdeiro do trono do Condado. Mas é nessa noite que Afonso comprova que os irmãos estrangeiros Peres de Trava estão mais próximos dela do que ele. Querem o Condado, e sabem como a conduzir, onde preciso for – e nos lençóis que foram do pai dele. E ali dá o primeiro dos passos há muito desenhados. E outros se seguem. Primeiro contra os estrangeiros que nestas terras mandavam, depois perante a Galiza, Leão e Castela. Até tomar Lisboa, elevando-a a centro de uma identidade nacional que a Santa Sé reconhece, como Reino soberano de Portugal, e a D. Afonso Henriques como seu Rei.