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“Grande bicho é o homem! Bate-se e morre de sorriso nos lábios por disparates. Trilha sendas ásperas e espinhosas, atrás de miragens, como se pisasse as mais fofas tapeçarias”. Nestas breves frases tiradas do prefácio, Aquilino explica o título do seu livro.
“Caminhos Errados” conta a linha caprichosamente descrita por um punhado de figuras, movidas, nos labirintos da vida, pela bússola da sua própria inquietude e da sua sede de aventura. “Sem o erro”, diz-nos, “a Terra tornar-se-ia uma morna e desolada charneca, ou pelo menos uma paradisíaca e rotunda pasmaceira.” Evaristo, jovem e frustrado, erra na procura do amor, que julgara encontrar em Maria Salomé, o Lambru erra quando, vencidos tormentos sem conta, vê a mulher que trazia nas meninas dos olhos casada com o homem que o atirara para o inferno da guerra. Há uma certa melancolia nestas seis novelas, a que não escapa até “Menos Sete”, uma deliciosa aguarela tecida em torno das vicissitudes dos gatos e gatas que povoaram os quintais de Aquilino.