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Pequim, 1969. Zhu Xiao-Mei, filha de burgueses cultos, tem de enfrentar a revolução maoista com o estigma que é o seu dom precoce para o piano e a paixão por uma música considerada decadente: Schumann, Mozart, Bach. É nessa altura enviada para um campo de reeducação, uma vez que é necessário erradicar dela todo o desejo que não seja o de morrer por Mao. Os anos passam e Xiao-Mei torna-se uma boa revolucionária. Contudo, um dia, descobre no campo um velho acordeão. Arrisca alguns acordes e surgem algumas notas de música. Como que por encanto, o tempo perdido desvanece-se, os sonhos regressam e a esperança renasce. Xiao-Mei promete a si própria voltar a tocar piano.
Mas faltavam-lhe ainda dez anos para atingir o seu desígnio, dez anos de sofrimento, de luta, de exílio. Hoje, Zhu Xiao-Mei é conhecida no mundo inteiro como uma virtuosa pianista. Este é um testemunho emocionante de uma mulher esmagada pela revolução cultural chinesa e salva pela música.