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“É, enfim, pela Maria que me chegam do submundo do extremo, os rumores mais secretos. A tal palavra do homem às almas crentes. […] Sou um prisioneiro. Sim! um prisioneiro. Governo o Estado há 42 anos. Mas para isso era preciso que alguém me governasse a mim.”
— António de Oliveira Salazar
O nome de Maria de Jesus Caetano Freire – ou simplesmente Maria, Menina Maria, Senhora Maria ou Dona Maria –, que se tornou conhecida como a governanta da residência de Salazar, não possui qualquer menção em nenhum dos dicionários de história do “Estado Novo”, muito menos uma entrada própria.
Foi esta mulher, no entanto, quem colaborou durante mais tempo e mais de perto com o ditador: acompanhou-o até Lisboa, quando o chamaram para entrar no Governo, e manteve-se ao seu serviço até tão destacado protagonista do século XX português sair de São Bento dentro de um esquife, ao fim de quase meio século.
É certo que a sua missão se desenrolou no âmbito privado e pessoal, sem qualquer responsabilidade nos planos político, governativo ou administrativo, mas importará questionar até que ponto a constante presença de Maria de Jesus poderá ter pesado em algumas das opções governativas seguidas pelo presidente do Conselho.
Data de Publicação: 2021
Capa Mole
140 Páginas