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Os que se denominam
anticolonialistas não seriam em alguma forma ou medida colonialistas? Acreditamos que esta questão é respondida ao longo do livro, que além de abordar o contexto internacional e como esse contexto interferia na relação política de Portugal com suas colônias, — nomeadamente a Guerra Fria —, apresentará uma solução ao que o autor chama de "problema na África".
Solução esta que não foi aceita por alguns de seus compatriotas. Algumas das respostas críticas
que Cunha Leal recebeu são prova disso. Ao mesmo tempo, somos levados a acreditar que
houve aceitação de alguns portugueses, ou ao menos a sua curiosidade, pois essas obras, apesar de proibidas, foram distribuídas clandestinamente.
Uma das preocupações do autor é no sentido de que seus compatriotas não estariam
percebendo o tamanho da ameaça que a sobrevivência da nação portuguesa estava passando, e portanto ele discordava do regime político vigente que colocava em risco toda a atividade ultramarina. Cunha Leal revista sua candidatura a Deputado da Assembleia Nacional, em 1949,
e como, aproveitou de antemão a ocasião para alertar seus colegas desejando “pôr [sic] de
sobreaviso a nação, em [um] comício levado no teatro Covilhã, contra os inconvenientes ou perigos de certos procedimentos políticos dos nossos territórios aquém e além mar". Em outra passagem o autor convida os demais portugueses para a possibilidade
de luta armada e de martírio pelos ideais: "nosso sangue e as nossas almas doloridas
enraivecidas", "não deixaremos que nos expulsem das colónias a pontapés no traseiro