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É um livro de viagens. Em 1952, o autor fez uma viagem com um grupo de amigos até Marraquexe e teve a brilhante ideia de transformar a sua experiência num livro. É um livro curtinho, tem 140 páginas mas condensa muito bem o melhor e o pior da cidade marroquina.
No primeiro capítulo, Elias Canetti, desmistifica a ideia romanceada que temos dos camelos. Logo a seguir, mostra-nos os cheiros do mercado de especiarias e os observadores vendedores. A religião, a tradição, as regras do povo marroquino são mostrados com delicadeza.
As mulheres e as crianças são retratos de ternura que o autor transforma em palavras. Elias Canetti tem uma enorme sensibilidade. Era um homem fantástico! Um homem respeitador, tolerante, humano e doce. Fala nos animais, nas mulheres e nas crianças com uma ternura sincera. Sabe transformar situações banais em momentos belos. Sabe apreciar o que os seus olhos conhecem pela primeira vez. Nunca coloca a cultura daquela cidade num patamar inferior às tradições do seu país. Respeita as diferenças. Isso é tão importante.
Um livro singelo, muito bem escrito. Para leitores que gostam de ler sobre culturas diferentes.