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Forçada a sociedade a um inédito confinamento obrigatório, um homem intensifica o isolamento que já antes o caracterizava. Mas mais coisas estranhas se sucedem entre ele e os seus pensamentos, que têm mais vida que ele. Numa angústia da solidão agravada pelas ruas vazias, por um mundo lá fora em vácuo, a procura dum sentido, a procura da realidade, torna-se cada vez mais díficil. Numa espécie de diário que o narrador produz em conversa com os seus pensamentos, observamos o mais profundo dum homem e da sua rotina. Toda a escuridão e medos que o ser humano esconde e reprime são aqui explorados, admitidos, confessados. Talvez nem o amor seja assim tão belo exposto a este homem.
“Enquanto ríamos alto perante uma rua vazia, enquanto a minha mão era normal e a faca de matar porcos servia só para descascar maçãs.”
Um homem em quarentena a sós com a sua existência. O limiar da vida entre a faca de matar porcos, o pó espalhado e a companhia dum smartphone.