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"Cadernos do Subterrâneo" foi publicado pela primeira vez numa revista, em 1864, e tem duas partes: a primeira("O Subterrâneo"), é um longo e violento monólogo "teatral" onde o narrador se apresenta como um homem doente, mau e repulsivo, sendo ao mesmo tempo censor e vítima, humilhado e ofendido, humilhando-se cada vez mais, até à degradação; na segunda parte ("Por Motivo da Neve Húmida"), é o herói que é colocado em acção e confronta o seu ego diminuído com as franjas da sociedade que vai encontrando.
" "Estranho, áspero e louco", assim definiu Dostoiévki o tom de "Cadernos do Subterrâneo", uma das obras mais perturbantes de sempre, destinada a deixar marcas e a semear ecos no tempo. (...)
" A tradução (de Nina e Filipe Guerra) agora proposta tenta ser "o mais próxima possível do original russo". O autor escrevia a uma velocidade impressionante, ameaçado por prazos e dificuldades económicas, aterrorizado pela censura. Chegava mesmo a não ter tempo para rever o texto que ditava à dactilógrafa. A sua prosa é muitas vezes descuidada e contraditória, prevalecendo a força dramática sobre o formalismo linguístico. Nina Guerra e Filipe Guerra tentam apresentar ao leitor português a linguagem crua e tensa de Dostoiévki, ao contrário de muitas traduções francesas que pretendem retocar literariamente os deslizes de um estilo rápido e sincopado. "Cadernos do Subterrâneo", na sua vertiginosa espiral dramática, é um excelente exemplo dessa força."
Clara Rowland, Público, suplemento "Mil Folhas"
13,5 x 21 cm