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Divididas entre a profissão e os filhos, estas mulheres vivem numa roda-viva. E sentem-se culpadas. Umas vão encontrando uma saída no trabalho a meio-tempo, outras vão inventando ligações à distância.
As mulheres portuguesas são as que mais trabalham dentro e fora de casa e também as que ganham menos. O trabalho não remunerado passa maioritariamente por elas, ainda que tenham uma profissão remunerada no exterior e uma carga horária idêntica à do companheiro. Queixam-se de falta de tempo para a família e sobretudo para os filhos, algumas assumem uma culpa corrosiva face a este estado de coisas. Mas seria diferente, se decidissem declinar a vida profissional para abraçar exclusivamente as suas crianças?
Uma mãe que trabalha é culpada, mas uma que não trabalha também, porque ambas são mães e mulheres. É o que garante a psicóloga e psicoterapeuta francesa Sylviane Giampino. “A primeira encontrou uma boa razão para se sentir culpada relativamente aos filhos: a sua ausência.”