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“Claro que os casinos índios não oferecem esteiras para os convidados se sentarem nem cocktails chamados Lágrimas de Condor. São tão modernos quanto possível e as empregadas brancas têm as mini-saias do costume. […] Os novos casinos podem ter slot machines e outras coisas que põem o Touro Sentado a dar pinotes no além, mas há um
compromisso respeitoso entre o tradicional e o prático. O casino dos Pequot, por exemplo, tem logo à entrada uma estátua do Fazedor de Chuva que projeta um raio laser até onde o céu deixa. A maioria das cidades americanas são lado nenhum. Chega-se de viagem a um desses sítios com prédios e não há nada que se veja. Não há vivalma nas ruas, seja em Seattle, Denver, San Diego, Minneapolis, Kansas City, Filadélfia, Los Angeles, Little Rock, Oklahoma City ou qualquer outra cidade. Mesmo que uma pessoa chegue a Braga ou a Bruxelas à meia-noite, dá com um par de sítios com alguma atividade. Mas tentem chegar a Dallas às três da tarde. As únicas criaturas disponíveis são negros à espera de transporte público em paragens autocarro sujeitas a uma ventania quente. Aliás, mesmo em Nova Iorque, a partir de uma certa hora só a área da Broadway mantém o bulício de turistas e néon. O resto da cidade desce aos infernos da escuridão perigosa por volta da hora de jantar. Os outros aglomerados urbanos americanos são bem piores: simplesmente não há ninguém em lado algum.”