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Quem foi Giangiacomo Feltrinelli? Para o seu filho Carlo, autor desta biografia, um pai que “ensinou-o a tirar escamas ao peixe e à carne assada, a andar na neve e a conduzir depressa, a considerar que não existem apenas peras ou maçãs, mas também frutas que “Dão néctar no deserto, para reconhecer a história do poeta que morreu em sua jaula e muitas outras coisas que ainda não conheço, ou que fazem parte da linguagem secreta”. Para a CIA, “o principal agente de Castro na Europa”. Para qualquer leitor que conheça um pouco do mundo literário italiano, um dos grandes editores daquele país, fundador da editora Feltrinelli. Foi sem dúvida uma pessoa complexa e paradoxal: filho de um dos homens mais ricos da Itália que se tornou um revolucionário; um comunista que acabou sendo o primeiro editor do Doutor Jivago, de Pasternak, para indignação da União Soviética, e também publicou O Leopardo de Lampedusa, rejeitado por Mondadori e Einaudi e tachado de reacionário por alguns esquerdistas; um editor de prestígio internacional que morreu em 1972, aos 46 anos, quando explodiu a bomba que ele ia colocar numa torre de alta tensão perto de Milão. Esta esplêndida biografia investiga sua infância solitária, o que pode explicar algumas coisas; analisa o sólido catálogo que construiu desde 1955 – Kerouac, Gombrowicz, Dürrenmatt, Karen Blixen, Henry Miller, Borges, García Márquez, Doris Lessing? coexistiram com o Livro Vermelho de Mao e os textos de Ho Chi Minh? resgata documentos inéditos – a epistolar do “caso Pasternak” é uma contribuição particularmente suculenta -; conta sobre suas relações com as primeiras espadas da edição europeia e norte-americana; suas viagens a Cuba para tentar extrair algumas memórias de Fidel Castro; a sua expulsão da Bolívia, onde Che lutou com os seus guerrilheiros; a sua evolução ideológica na turbulenta Itália dos anos sessenta.